API ou EDI para automatização da cadeia de suprimentos?

O que são APIs?

Nós falamos sobre EDI, o que ele é e como funciona em artigos anteriores aqui no blog

Mas o que são APIs?

O Glossário Técnico do Gartner descreve uma API como

“…uma interface que fornece acesso programático à funcionalidade e aos dados do serviço em um aplicativo ou banco de dados.   Ela pode ser usada como um bloco de construção para o desenvolvimento de novas interações com seres humanos, outros aplicativos ou dispositivos inteligentes.  As empresas usam APIs para atender às necessidades de uma transformação digital ou de um ecossistema, e para iniciar um modelo de negócios de plataforma.”

Em termos simples, isso significa que uma API é uma interface que permite que dois aplicativos de sistemas diferentes (por exemplo, o sistema de um comprador e o sistema de um fornecedor) conversem entre si e troquem dados sem a necessidade de que nenhum dos sistemas compreenda as complexidades relacionadas ao uso dos dados trocados (ou da mensagem), ou como o outro sistema fará o que ele fará. 

Um bom exemplo prático de como uma API funciona pode ser o seu pedido de uma refeição tailandesa para viagem para uma festa que você está organizando.  Você entra na internet, lê o menu (a API) e faz o pedido.  O restaurante não tem ideia de quem está participando da sua festa ou mesmo do que você está comemorando.  Você também não tem a menor ideia de onde o restaurante está exatamente, quais ingredientes específicos serão usados ou quem cozinhará… e nenhum de vocês precisa saber.  Você faz o pedido, paga o dinheiro, a interface entre você e o restaurante garante que eles recebam o pedido e o dinheiro, e você recebe a comida, no seu endereço, na hora certa (ou assim espera que seja).

Se pensarmos nas APIs no contexto da conexão de aplicativos comerciais diferentes e discretos, o ideal é que elas funcionem como blocos de construção reutilizáveis (e é por isso que às vezes as vemos sendo comparadas aos famosos blocos dinamarqueses Lego) que permitem que os desenvolvedores criem mais rapidamente links entre aplicativos; na verdade, é o mecanismo de comunicação, ou código, que conectará os dois aplicativos. 

Pense em um site de comparação de preços para, por exemplo, cotações de seguros.  O site poderia manter uma série de planilhas com os custos de cada uma das taxas das seguradoras, mas teria que manter essa planilha atualizada continuamente, em tempo real… e teria que fazer isso para cada seguradora que cobrisse.  Se, no entanto, o site de comparação desenvolver e publicar uma API que possa ser usada por qualquer seguradora para permitir que cada uma delas crie um recurso de tratamento de consultas e, da mesma maneira, cada seguradora envolvida desenvolver e publicar sua própria API para permitir uma cotação de retorno (e, presumivelmente, outras APIs para tratar de contratos, vendas e pagamentos online), os negócios serão acelerados, você poderá obter uma cotação e comprar a melhor oferta em tempo real (sem saber “como isso é feito”) e novas seguradoras, novos serviços e novas ofertas poderão ser adicionados com rapidez e facilidade.  

As origens da API podem ser encontradas no trabalho realizado por volta de 2000 por pesquisadores que tentavam desenvolver novas maneiras de permitir maior colaboração entre aplicativos na Web que consumissem menos largura de banda e, portanto, envolvessem menos código.  Com o tempo, o desenvolvimento do JavaScript Object Notation (JSON) abriu a oportunidade de desenvolver esse trabalho e criar aplicativos que ofereciam excelente conectividade com o navegador para aplicativos de baixa densidade.  Esse progresso foi aprimorado ainda mais à medida que novas linguagens de programação, como Python, Ruby, PHP e, é claro, Java, permitiram que a nova programação fosse mais rápida (por serem mais fáceis de desenvolver), mais flexível (por serem altamente escaláveis) e mais barata (pelos motivos mencionados e pelo fato de serem independentes de plataforma).

À medida que o setor de TI aderiu ao conceito de desenvolvimento de APIs, e gigantes da coleta de dados como Google, Facebook, e todos os outros que você possa imaginar, abriram caminho, o uso de APIs explodiu.  Agora, todas as redes sociais comuns, o consumo de conteúdo, os serviços online, o compartilhamento de dados e conteúdo e até mesmo as plataformas de fornecimento de serviços governamentais dependem de APIs. 

A explosão da computação “móvel” foi um grande acelerador, e há todos os motivos para esperar que a evolução da IoT e o crescimento maciço da interconectividade que isso trará impulsionarão a próxima mudança radical na evolução e no uso das APIs.  Em resumo, elas estão em toda parte… e vieram para ficar.

Então, onde isso nos deixa hoje?

Ao contrário de muitas previsões, e diante do que acabamos de dizer sobre o crescimento da API, o EDI continua a prosperar – na verdade, as estimativas sugerem que o mercado geral de EDI crescerá em 12% CAGR 2022-2027 (EMR: Global Electronic Data Interchange (EDI) Market Outlook).  Embora o EDI devesse padronizar a comunicação B2B, a realidade acabou não sendo tão simples.  Na Europa, as empresas usam o EDIFACT, enquanto nos EUA e na Ásia, o ANSI X12 é o padrão mais usado. 

Dito isso, o EDI, como um modelo geral, está bem estabelecido, existe há muito tempo e se baseia em padrões sólidos. Isso significa, é claro, que há prós e contras no uso do EDI: a padronização e, portanto, a clara facilidade de uso para uma pessoa se torna a inflexibilidade e o rigoroso “controle externo” dos participantes dominantes em uma determinada indústria.

Em resumo, pode-se dizer que os prós do EDI são:

• Bem documentado e padronizado, de maneira que “todos conhecem as regras”, e essas “regras” são testadas regularmente para que os novos participantes possam começar a operar imediatamente, sabendo exatamente em quais estruturas precisam trabalhar e com a segurança de saber que elas não mudarão com frequência.
• Muitos anos de planejamento e uso padronizado, incluindo assinatura e criptografia, juntamente com o não repúdio seguro (ou seja, ninguém pode alterar um documento sem que seja claro e óbvio que o fez), significaram que as mensagens EDI são altamente seguras, acessíveis somente àqueles com as permissões corretas e a integridade dos dados contidos é absoluta.
• Protocolos de mensagens estabelecidos há muito tempo significam que, se algo der errado, há trilhas de fluxo de trabalho claras e endereçáveis que permitem a rápida identificação e resolução de problemas.

Isso não significa que o EDI não tenha suas desvantagens em determinados ambientes comerciais e, em geral, o desenvolvimento de APIs tentou resolver algumas dessas limitações. Isso inclui: Simplesmente por serem mais rápidas e flexíveis de desenvolver, a implantação de APIs permite que as empresas respondam a novas oportunidades que não são atendidas pelos padrões comuns de EDI de forma muito mais rápida, barata e independente dos “controles” e prazos abrangentes de grandes participantes dominantes ou de órgãos do setor. As APIs são muito adequadas para desenvolver integrações que permitem mais do que apenas o compartilhamento de mensagens.  Elas podem facilitar a conexão de bancos de dados e aplicativos de mais agilmente e com menos recursos, especialmente conexões com dispositivos e aplicativos móveis. Com a evolução de novas tecnologias e ferramentas, o desenvolvimento de APIs ficou mais fácil, mais barato e a disponibilidade e o custo da equipe de desenvolvimento especializada de que você vai precisar geralmente são muito menores do que tentar “desenvolver” novas funcionalidades nos ecossistemas de EDI.

O surgimento dessas novas e modernas tecnologias de API criou uma onda de opiniões de que o EDI já havia perdido seu tempo e que seria completamente substituído pelas APIs.  Porém, o respeitado analista Gartner concluiu que: “As APIs complementam, em vez de substituir, as tecnologias B2B tradicionais como o intercâmbio eletrônico de dados e a transferência gerenciada de arquivos.  Os líderes em aplicativos devem usar os recursos de API para adicionar novos canais de comunicação, permitir a automação e otimizar seu ecossistema de negócios para os negócios digitais.” “Use APIs para modernizar o EDI para integração do ecossistema B2B” Mark O’Neill e William McNeill, 11/06/2019

Por que esse debate é importante e que papel ele deve desempenhar no seu processo de planejamento?

Nem o EDI nem as APIs oferecem uma solução perfeita para todas as situações, mas proporcionam benefícios significativos aos usuários.  Nós discutimos algumas das limitações do EDI e os benefícios das APIs acima, então é justo que ofereçamos uma visão espelhada e resumamos os benefícios do EDI e algumas das desvantagens das APIs também. 

O EDI oferece muitas vantagens em relação às APIs, mas tem algumas desvantagens. 

A desvantagem dos formatos de EDI estabelecidos há muito tempo é que eles podem ser complexos de se trabalhar e, se você precisar fazer adaptações, encontrar especialistas com as habilidades e a experiência pode ser desafiador e caro. Se você se estabeleceu para usar o que está “em oferta”, mas depois descobriu que precisa adicionar serviços complementares, pode achar que não está preparado para lidar com o desafio, pois surgem novas oportunidades e o ideal é rapidamente e, com foco em plataformas de computação móvel, você terá dificuldades para adaptar uma plataforma de EDI rapidamente.

As APIs, por outro lado, embora sejam formas mais rápidas e econômicas de adicionar funcionalidades, têm suas próprias desvantagens também. 

Elas têm um nível de complexidade tecnológica que exige investimento em pessoal qualificado. Os riscos de segurança podem ser reduzidos se você desenvolver conexões ponto a ponto, mas isso pode ser demorado e caro. Você será responsável pela criação de seu próprio recurso de trilha de auditoria, tanto para proteger contra violações da integridade dos dados quanto para garantir que você possa rastrear onde surgiram os problemas ou as alterações que foram feitas enquanto o desenvolvimento da API avança. Não existe um órgão abrangente que estabeleça padrões, teste a conformidade ou garanta a interconectividade.

Então, como você pode obter o melhor dos dois mundos?

Para poder trabalhar com as duas tecnologias, é necessária uma solução de integração baseada em uma plataforma de integração.  Isso permite o compartilhamento e o uso de dados entre EDI e API e o aproveitamento máximo da integração B2B e/ou A2A e dos dados que estão sendo trocados. 

Também pode ser benéfico ter a oportunidade de discutir seus processos de negócios com especialistas em EDI, que podem identificar onde você pode “acelerar” a adoção de formatos e protocolos existentes para a implementação mais rápida e fácil e recomendar igualmente as áreas em que as APIs podem oferecer uma opção melhor. Essa é a filosofia de design que está informando a direção do desenvolvimento da plataforma da Omnizon.  A API e o EDI são complementares e podem ser implementados em conjunto com grande sucesso usando a solução desenvolvida pela Omnizon.

As desvantagens associadas à tecnologia EDI podem surgir com a grande maioria das soluções, mas, ao usar a plataforma iPaaS EDI da Omnizon, o usuário tem as ferramentas em suas mãos para superar facilmente esses problemas, com a possibilidade de transformar tipos de documentos e campos de dados com uma implementação rápida, enquanto ainda mantendo a possibilidade de usar APIs para determinadas integrações quando isso se mostrar uma solução mais simples, rápida e econômica, especialmente em termos de conexões com alguns dos aplicativos padrão, como sistemas ERP comuns ou aplicativos móveis.

Na Omnizon, nós entendemos o escopo de nossas habilidades e planejamos com cuidado e disciplina para garantir que nunca estendamos demais nossas capacidades.  Não tentamos ser uma plataforma de conectividade de API universal, mas, em vez disso, nós focamos em indústrias de mercado e segmentos de usuário específicos.  Um exemplo disso é nosso foco nos módulos Odoo. 

Se você é um usuário do Odoo, é muito provável que esteja operando no setor de pequenas e médias empresas.  Nesse caso, você terá que tomar decisões críticas de investimento em relação às habilidades nas quais pode investir e às áreas de operação que representam a atividade comercial principal para você. Ao desenvolver uma conectividade específica para o Odoo, a Omnizon pode oferecer uma solução personalizada que reconhece as suas necessidades e proporciona benefícios comerciais significativos e rápidos, permitindo que você se concentre na execução de suas operações comerciais, sabendo que suas necessidades de interconectividade foram bem atendidas.

Módulos Odoo da Omnizon

Para que você tenha uma ideia mais clara do tipo de coisas em que nos concentramos, vamos dar uma olhada mais de perto no que fizemos no espaço Odoo.  A Omnizon desenvolveu alguns módulos Odoo que permitem a integração simples do sistema Odoo ERP com a plataforma iPaaS EDI da Omnizon.

Primeiramente, temos o que chamamos de Módulo Base, que oferece a possibilidade de inserir GLNs para a empresa e pontos de entrega e GTINs para os produtos.  Isso proporciona uma base sólida sobre a qual se pode desenvolver toda a funcionalidade.  O segundo módulo foi projetado para usuários que desempenham o papel de comprador no processo comercial, enquanto o terceiro módulo foi desenvolvido para aqueles que desempenham o papel de fornecedor. 

Na maioria dos casos, se você usar a plataforma iPaaS EDI da Omnizon, precisará dos dois módulos Odoo. Com esses módulos Odoo, você tem a possibilidade de integrar seu sistema ERP Odoo com parceiros que usam o Odoo ou outros sistemas ERP e, também, com parceiros que não são digitais e que ainda usam e-mails ou outras mensagens para se comunicar, com apenas alguns cliques.  Para os parceiros em que a conexão é ERP para ERP, a integração é obtida usando a opção de EDI Empresarial. 

Para aqueles que não usam nenhum sistema ERP ou que têm outros motivos comerciais ou técnicos, a integração é feita através do uso do Portal do Fornecedor ou do Portal do Cliente, que são módulos integrais da plataforma Omnizon iPaaS EDI.

Devido à capacidade abrangente da plataforma Omnizon iPaaS combinada com os módulos Odoo, você está em condições de enfrentar os desafios da integração B2B relacionados a todo o processo de compras e vendas, de maneira rápida e simples, sem ter fornecedores ou clientes não digitalizados potencialmente “excluídos” de seu ecossistema digital.

A simplicidade de implementação da integração que os módulos Omnizon Odoo proporcionam aumentam a sua vantagem competitiva e oferecem todos os benefícios da digitalização de seus processos de negócios de maneira rápida e simples. Nós consideramos o desenvolvimento desses tipos de módulos como uma demonstração prática da nossa visão de que a transformação digital deve ser acessível a todos e não deve ser complexa nem demorada, além de ser um exemplo do caminho de desenvolvimento que estamos comprometidos a seguir.

A Omnizom continuará a atender às necessidades dos usuários nos principais setores de pequenas e médias empresas, por isso, fique ligado para mais atualizações à medida que lançarmos novos módulos no mercado.